[Review] "The Spirit Indestructible" by Nelly Furtado

Um dos albuns mais "polémicos" deste ano. 

Já passaram 6 anos desde que Nelly Furtado fez um sucesso estrondoso com o seu comercial/sexual "Loose" produzido por Timbaland, foi uma enorme transformação da menina que apenas queria voar, para depois se tornar numa devoradora de homens e que na altura pegou e muito dadas as mais de 10 milhões de cópias vendidas.

Agora e como esta artista não se gosta de repetir, resolveu voltar às origens e tentou inovar com o seu espírito indestrutível, mas será que usou a melhor fórmula?

Vamos analisar faixa a faixa e depois diremos o nosso veredicto.

"Spirit Indestructible", a faixa de abertura e segundo single Europeu é uma das melhores do album, tem uma mensagem forte, embora por vezes as letras se tornem repetitivas, tem uma melodia agradável e torna-se catchy com o "a, e, i, o, u" bem utilizado no instrumental. A voz de Nelly está impecável. Bela forma de começar este album.

"Big Hoops (Bigger The Better)", todos já conhecemos esta infelizmente, talvez a faixa mais estranha lançada este ano, o "Bigger the better" foi feito com intenção de tornar a música catchy, mas só conseguiu torna-la irritante. A voz da Nelly não soa original, por vezes tem momentos de Rihanna. A fórmula usada nesta música foi a mesma que foi usada por Beyoncé em "Run The World (Girls)" e por vezes as inovações não resultam e no caso de Nelly foi desastroso. Nada nesta música resultou, por vezes o instrumental soa a um remix mal produzido. Péssima escolha como 1º single. Arriscaria-me a dizer que o album ficaria muito melhor sem esta faixa.

"High Life", esta é uma faixa satisfatória, melódica, com um bom instrumental, mas peca por mais uma vez tentar ser catchy forçadamente com os "la, la, la" que não fazem qualquer falta para tornar a música interessante. De qualquer forma o resultado é satisfatório.

"Parking Lot", aqui a fórmula repete-se e mais uma vez a Nelly usa os "na, na, na ley ley" para tornar a música catchy e desta vez consegue-o. A faixa seria interessante, viciante e futurista, não fosse M.I.A existir...Eu nunca vi um artista soar tanto como outro, como neste caso...Por vezes chego a pensar que é um dueto entre Nelly e M.I.A. De qualquer forma é uma das faixas mais fortes deste album.

"Something (ft: Nas)", uma faixa totalmente diferente das que ouvimos anteriormente, esta é talvez a música mais dark e urbana presente no album. Não traz nada de novo, é aborrecida e nada memorável, é uma daquelas em que passamos à frente para ouvir a próxima música na esperança que seja melhor e é isso mesmo que vamos fazer.

"Bucket List", e voltamos às origens com esta faixa. Tudo nesta música faz lembrar os primeiros trabalhos de Nelly, a voz, o instrumental...tudo... e isso é bom. Todos concordamos que é bom um artista reinventar-se e renovar-se mas também gostamos de relembrar e com esta faixa isso acontece. Mais um bom momento do album e poderia facilmente ser uma das faixas presentes no album "Whoa Nelly".

"The Most Beautiful Thing (ft: Sara Tavares)", esta é uma daquelas músicas suaves, deliciosas, mágicas e relaxantes que nos faz ficar nostálgicos. Totalmente diferente do resto do album e também de todo o reportório da Nelly. Na minha opinião a faixa está muito bem conseguida devido ao misticismo criado, a ajuda de Sara Tavares foi fundamental para este resultado. Para mim é um dos momentos altos do album, embora considere que a faixa está tremendamente fora de contexto o que acaba por dar a este album uma ideia de falta de consistência.

"Waiting For The Night", aqui Nelly esperava pela noite, mas nós já esperávamos há muito por esta música, um dos grandes momentos do album e uma das melhores músicas do mesmo. Muito viciante mesmo sem o recurso a "la, la, las", com uma letra interessante, poderia ser facilmente um single.

"Miracles", mais uma música calma e nostálgica, mas que não tem magia. Tem influencias árabes, e embora esteja bem conseguida não é memorável nem marcante. De qualquer forma as letras são de extrema qualidade e a qualidade da performance de Nelly é inquestionável. Mais um momento satisfatório.

"Circles", mais uma faixa curiosa, diferente e fora de contexto. Nelly e a sua voz soa tudo menos original uma vez mais, e embora as letras sejam interessantes a música não tem qualquer impacto nem é memorável. Falta-lhe algo assim como metade das músicas presentes neste disco.

"Enemy", mas uma música para encher o disco, onde a voz de NellY soa "diferente" e onde mais uma vez sentimos que temos que passar à frente para ouvir a próxima...

"Believers (Arab Spring)", este album tem péssimas canções, tem canções medianas, a performance vocal de Nelly por vezes é duvidosa, outras vezes irrepreensível e depois encerra o album desta forma. "Believers" é brilhante em todos os aspectos e quase que nos faz esquecer todas as criticas aplicadas anteriormente. Esta é uma das melhores performances vocais de Nelly não só no disco mas também em toda a carreira. A canção é extremamente viciante e positiva, a letra perfeita e já que incompreensivelmente não foi lançada como 1º single, espero que Nelly não encerre esta era sem lançar esta faixa com um bom vídeo, pois sei que é a música com mais potencial neste disco para dar alegrias a Nelly. E caso para dizer, valeu a pena esperar para ouvir algo como "Believers".

Para finalizar devo dizer que este album não é tão mau como muitos o queriam fazer parecer, começou foi a ser promovido da pior forma com "Big Hoops", existem músicas medianas mas mais de metade do album apresenta músicas de extrema qualidade e que provam o talento desta magnifica artista.

Mas nem tudo são rosas, e acontece que ouvimos demasiadas vezes a Nelly a tentar ser a Rihanna, outras vezes a tentar ser M.I.A, o que mostra uma crise na sua identidade musical, contudo eu vou avaliar os momentos em que esta artista tenta ser ela própria, pois é nesses momentos que o album se torna interessante e motivador, e isso é visível em músicas como "Bucket List" e "Believers".

A melhor: Believers (Arab Spring)"

A pior: "Something (ft: Nas)"